Sermos candidatos às legislativas pelo círculo dos Açores, significa que nos propomos a representar uma região com uma geografia única no nosso país. São 9 ilhas, 19 concelhos e muitos sotaques. Não existe paralelo para esta realidade em qualquer outra parte de Portugal.
Cada um de nós tem uma ligação, por nascimento ou residência, a uma ilha em particular, o que é natural. Apesar de estarmos a disputar eleições nacionais, é natural que pensemos na realidade local e nos problemas que conhecemos melhor na região. De que forma podemos ajudar, é o mote.
No meu caso, a ilha que me colocou neste círculo foi Santa Maria. Para quem não a conhece, é uma espécie de segredo por contar. Um pequeno paraíso perdido entre Lisboa e Boston, que assenta a sua economia no aeroporto e no centro de controlo oceânico. Desde que me lembro que é assim.
Nunca percebi contudo, ao longo destes anos, porque não explorava a ilha as suas belezas naturais, numa vertente mais turística. Tal como o Pico fazia com a sua montanha ou São Miguel com as lagoas. E sempre achei perigosa esta dependência do tráfego aéreo como pilar da economia, especialmente quando se discute a nível europeu o projeto do « céu único » que, entre outras coisas, tem como objetivo centralizar as zonas de controlo do tráfego aéreo.
Um dos motivos, e bastante compreensível, é que durante décadas ir aos Açores era uma espécie de luxo acessível a residentes (tarifas mais baixas) ou turistas com algum poder económico. Ora, essa já não é a realidade hoje. Chegar a São Miguel passou a ser barato e o reencaminhamento para as outras ilhas, grátis. Há mais gente, muito mais, a chegar ao arquipélago.
Agora, como garantir que Santa Maria beneficia desse boom turístico? Felizmente, de há uns anos a esta parte, bem antes do aparecimento das low cost, começaram a surgir alguns investimentos de privados em atividades de recreio marítimas e públicos, na renovação e manutenção dos trilhos pedestres. Santa Maria é hoje um oásis de mergulho e começam a chegar pessoas de todo o lado. A ilha tem mais para oferecer. É visível para quem acompanha a sua realidade há 30 anos.
Agora, como garantir que Santa Maria beneficia desse boom turístico? Felizmente, de há uns anos a esta parte, bem antes do aparecimento das low cost, começaram a surgir alguns investimentos de privados em atividades de recreio marítimas e públicos, na renovação e manutenção dos trilhos pedestres. Santa Maria é hoje um oásis de mergulho e começam a chegar pessoas de todo o lado. A ilha tem mais para oferecer. É visível para quem acompanha a sua realidade há 30 anos.
Os primeiros passos estão dados e com a chegada das low cost, há que aproveitar a procura e meter Santa Maria no mapa. E é aqui que as autoridades podem ajudar. É preciso explicar, espalhar, divulgar a política de reencaminhamentos. Depois, é preciso criar um cartão-de-visita que mostre a ilha em eventos nacionais e internacionais de turismo. Há gente local com muito talento para criar o material de suporte à divulgação da ilha.
Mas é preciso incentivar, investir e marcar a diferença. Os frutos colher-se-ão mais tarde e, quem sabe, a economia ganhará outro pilar.
Mas é preciso incentivar, investir e marcar a diferença. Os frutos colher-se-ão mais tarde e, quem sabe, a economia ganhará outro pilar.
Tiago Franco
Candidato do LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR pelos Açores