sábado, 8 de agosto de 2015

"Reclamar a Soberania", por Pedro Alves

É urgente criar uma nova revolução, uma revolução que devolva a soberania à nossa vida. Vivemos escravos do grande capital, dos criadores do dinheiro. Mas este dinheiro de papel e metal não é riqueza, é apenas moeda de troca. A verdadeira riqueza somos nós, os seres humanos. A verdadeira riqueza são os recursos, a água, o ar, o solo fértil, o génio e o talento humano. São as nossas ideias, iniciativas, o nosso suor, as nossas aspirações e paixões. Nós somos a riqueza deste país e nós somos os herdeiros coletivos de todos os recursos que nele existem. Conquistar a soberania é vencer a TROIKA, e para a vencer é imperativo criar sustentabilidade económica em Portugal. Como podemos nos fazer valer numa economia global se grande parte dos nossos alimentos e bens de primeira necessidade são importados? Só numa economia viciada em petróleo barato é que isto pode existir.
 
Reclamar a nossa soberania é sermos nós a criar a nossa riqueza e o nosso sustento. Como podemos criar emprego e até mesmo atingir o pleno emprego sem gerar riqueza? À conta do Estado? Criando empregos do nada às contas de dinheiro emprestado com juros inaceitáveis? Saqueando as empresas privadas com impostos e taxas? O Estado deve prover, mas não deve ser um pai divino. O Estado deve regular, mas jamais castrar. O povo deve criar a sua riqueza e o Estado deve ser responsável por criar as condições para que isso possa acontecer. Estrangulando o pequeno empreendedor com impostos e taxas e deveres fiscais, o Estado mata o Espírito Lutador de um povo. Mas como vai viver o Estado sem cobrar impostos? Longe vai o tempo dos Reis que eram mantido pelo esforço coletivo. O Estado não pode ser um rei anafado e ávido de luxos.
 
Aproxima-se o fim do capitalismo, talvez ainda dure mais 2 ou 3 décadas e morra de velhice e decrépito, mas o seu fim é inevitável. As provas são claras, é uma ideologia de elites, para servir os interesses apenas dos mais fortes. Num mundo solidário, a competição não pode ser a regra, a norma deverá ser a cooperação a todos os níveis, nas escolas, nas empresas, nas sociedades, em todas as esferas da vida Humana. Apenas nesse futuro risonho em que a cooperação e a solidariedade reinem na mente e na vida de cada um, poderemos dizer que atingimos a civilização. Até lá, seremos apenas uma barbárie tecnológica.

Pedro Alves
Cabeça-de-lista do LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR pelos Açores